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Estou cinza hoje. Cinza pálido. Não, não estou beige.
E recebi uma dica de Edney Silvestre, que passo pra vocês no Post abaixo.
Lindo!!! É uma boa pra quem tá cinza, mas melhor ainda pra quem tá com
todas as cores e curte uma belíssima voz.
Morei na Alemanha no início dos anos 80.
Primeiro Oberhausen, que dizem que está uma cidade fantástica hoje mas,
na época era bom porque ficava a meia hora de Düsseldorf e cerca de duas
horas de Amsterdam, cidades que amo.
Tenho boas lembranças de Oberhausen. No início decorei algumas frases em
alemão e fui, cheio de atitude. Primeiro susto foi ver o tamanho de algumas
palavras, porque eles juntam tudo numa só. Depois caprichar no sotaque, bem
diferente do nosso. Caprichei e logo depois conseguia me fazer entender tão
bem em alguns contatos, que eles saiam falando sem parar e eu não entendia
bulhufas. Aliás, segundo susto foi acordar na primeira noite na Alemanha com
o RÁDIO despertador, e o homem falando alemão. Eu, que tantos filmes de
guerra vi com o povo cheio de medo da GESTAPO, quase que me levantei
direto, com as mãos pra cima, me rendendo antes de levar bala...
Os alemães sempre foram legais comigo, no entanto. Nada, nada a falar ou
reclamar sobre atitudes comigo. Talvez eles ainda fossem um pouco
defensivos e arredios fora da Alemanha, mas lá eram muito simpáticos.
Fiquei logo adaptado. É de se compreender, também, que um povo que
começou a existir dentro de grandes florestas, portanto mais afastados,
tivesse desenvolvido uma cultura mais sisuda e, tantas vezes, guerreira.
Hoje Berlim é uma cidade livre, cheia de novidades, aberta.
Tenho muito pra contar dessa época. Aos poucos, pra não entediar.
Mais uma lembrança: uma senhora numa cidade pequena da Alemanha,
paradinha no sinal (farol, paulistas) de uma rua deserta, esperando,
pacientemente, o sinal abrir, pra poder atravessar a rua civilizadamente.
Igualzinho a nós, brasileiros...
Tudo isso da Alemanha também pra dizer que, lendo as legendas dos
videos abaixo, confirmei que o tempo faz perder algumas conquistas.
Não entendo mais alemão, como já entendi. Não pratiquei. Perdi.
Só entendo mais quando meu amigo Daniel fala com a mãe. Talvez
porque conheça a voz dele, talvez porque, bem ou mal, ele é um
brasileiro e o sotaque fique mais fácil (desculpa, Daniel, não tou dizendo
que seu alemão não é perfeito, hein?). É isso, temos que praticar na
vida. Em tudo. Abraços, Daniel!
Obrigado pela dica, Edney!
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